tag:blogger.com,1999:blog-70523325296033064732024-03-13T07:27:56.224+00:00Come chocolates, pequena;Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitariaCNShttp://www.blogger.com/profile/17261220050244186010noreply@blogger.comBlogger176125tag:blogger.com,1999:blog-7052332529603306473.post-42074641127917770192014-12-05T11:50:00.000+00:002014-12-05T11:50:04.558+00:00Estou nesta morada<a href="http://linharecta.blogs.sapo.pt/"> Em Linha Recta</a><br />
<br />
( a quem interessar)CNShttp://www.blogger.com/profile/17261220050244186010noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7052332529603306473.post-78438563968483714222014-12-05T08:45:00.001+00:002014-12-05T08:45:48.461+00:00TrespasseDiz que a Confeitaria foi trespassada. A quem interessar, parece que a antiga dona anda agora por esta morada. Lá, a peso, só as palavras. E diz que os gostava muito de os ver por lá.<br />
<br />
<a href="http://linharecta.blogs.sapo.pt/">Linha Recta</a><br />
<br />
Até breve!<br />
CristinaCNShttp://www.blogger.com/profile/17261220050244186010noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7052332529603306473.post-65273376450040163262014-09-04T22:37:00.001+01:002014-09-04T22:38:32.012+01:004 anos e quem sabe um regresso<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuZ8iAyKOY9F5kDsYOksLokHTAp-pKeXNwQe4_XfXDHTNVPgID00LUUEXUYwj827WUaJB0Cm1-zla0I4KOkv7D00A1WQLH_h3dkqNwjPXU-B8Y13e5GT15f2FzkZPKdQUzhis0J4wVLZ8/s1600/10665724_615857665201055_920293675299571848_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuZ8iAyKOY9F5kDsYOksLokHTAp-pKeXNwQe4_XfXDHTNVPgID00LUUEXUYwj827WUaJB0Cm1-zla0I4KOkv7D00A1WQLH_h3dkqNwjPXU-B8Y13e5GT15f2FzkZPKdQUzhis0J4wVLZ8/s1600/10665724_615857665201055_920293675299571848_n.jpg" height="118" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
<br />
Apesar da porta estar fechada, ainda podem espreitar pela montra da confeitaria e ver que as histórias ainda moram lá dentro. Hoje abrimos as portadas. A confeitaria fez 4 anos e as histórias, sejam as de ler, sejam as de comer, têm vontade de regressar. E para comemorar este aniversário, a confeitaria juntou-se a outra casa o <a href="http://eatlikeumeanit.tumblr.com/">Eat Like You Mean It</a> para um brunch, em Óbidos. onde se poderão comer palavras também<br />
<br />
Podem saber mais aqui : <a href="https://www.facebook.com/events/294379304090190/"> Brunch Like You Mean It</a>CNShttp://www.blogger.com/profile/17261220050244186010noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-7052332529603306473.post-69616484818169738832014-03-13T19:08:00.001+00:002014-03-13T19:08:09.247+00:00Fim de história<span style="background-color: white; color: #37404e; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">Antes de partir, pediu-lhe um beijo e uma metáfora. Ela enrolou uma madeixa no indicador e encostou o rosto no vidro frio da noite. Só tenho a vida. Disse. Que é a maior figura de estilo de todas.</span>CNShttp://www.blogger.com/profile/17261220050244186010noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7052332529603306473.post-77056688549759197872014-02-04T19:59:00.002+00:002014-02-04T20:02:26.254+00:00Primeira Lei de Newton*<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjfpsRCh_vuYz7CKaJ7fTf-aqjxKNO3rcjj2JDQhDqUfxBgf_WIjxtP6IP_WbxGAxYV_jW2cDy6gNB1CDshZhGzNZNd5TW25YekR0yL1j6WvldChwoD1IMV2zfFtG4FNOewZFZl2zeUmM/s1600/1897824_216212928571847_592088788_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjfpsRCh_vuYz7CKaJ7fTf-aqjxKNO3rcjj2JDQhDqUfxBgf_WIjxtP6IP_WbxGAxYV_jW2cDy6gNB1CDshZhGzNZNd5TW25YekR0yL1j6WvldChwoD1IMV2zfFtG4FNOewZFZl2zeUmM/s1600/1897824_216212928571847_592088788_n.jpg" height="172" width="320" /></a></div>
<br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">( Ilustração: <a href="https://www.facebook.com/anavarela.illustration">Ana Varela)</a></span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br style="background-color: white; color: #898f9c; font-size: 13px; line-height: 18px;" /></span><span style="background-color: white; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 18px;"><i><span style="font-size: x-small;"><b>* [...]Todo corpo continua no seu estado de repouso ou de movimento uniforme numa linha recta, a menos que seja forçado a mudar aquele estado por forças aplicadas sobre ele.[...]</b></span></i></span><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /><br /><br style="background-color: white; color: #898f9c; font-size: 13px; line-height: 18px;" /><span style="background-color: white; line-height: 18px;">Primeiro são os números. Sempre. Dezasseis degraus, vinte e duas janelas, quarenta e quatro portadas, onze portas, cento e vinte sete metros quadrados. Virgula sessenta. Os espaços constroem-se na tridimensionalidade dos eixos que os olhos conseguem ver. Depois vêm as palavras, embebidas nas vozes e nos passos e os números tornam-se pequenos para as letras. Sou de ciências, sempre olhei a matemática com a mesma admiração que a rouquidão olha para u</span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; display: inline; line-height: 18px;">ma clave de sol. Explica-lhe os sons ao mesmo tempo que lhe diz que nunca saberá cantar. O meu mundo de fora construiu-se com fascínio dos múltiplos eixos da matemática, com o número de Avogadro, as leis de Newton, o teorema de Gauss. No entanto o meu mundo de dentro formou-se numa tinta de duas dimensões onde só existiam palavras, um mundo de janelas só num sentido. Mas os caminhos perdem a linearidade com o tempo e algures numa curva descobri uma casa com dezasseis degraus, vinte e duas janelas e quarenta e quatro portadas onde o meu avesso passou a ser o mundo de fora. Uma casa construída sobre números mas onde habitam palavras que não se medem. Uma casa onde a diferença dos outros nos faz sentir iguais. E recomeça-se. Repensa-se . Repensamo-nos. Sempre depois de abrir mais uma janela para além das outras vinte e duas: a nossa.<br /></span></span><br />
<span style="background-color: white; font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif; line-height: 18px;">Texto escrito para o <a href="https://www.facebook.com/colab.obidos">COlab Óbidos</a>: Pessoas onde mora uma casa especial.</span>CNShttp://www.blogger.com/profile/17261220050244186010noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7052332529603306473.post-81577533420752417772013-12-30T20:25:00.002+00:002013-12-30T21:34:30.657+00:00Possível pensamento tido antes da meia noite. <div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
Doze, come duas a duas que custa menos. Dez, porque são para
a boa sorte. Oito, lá fora a transparência
de mais uma noite. Seis, cá dentro a desenhar janelas para um tempo que nunca
seria seu. Quatro, os verbos a descobrirem-se circulares. Dois, as doze passas
ainda cerradas não mão. Não as comes?
Assim perdes os desejos.
Paciência. Nunca gostei de passas. </div>
CNShttp://www.blogger.com/profile/17261220050244186010noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7052332529603306473.post-66155385079268307632013-12-21T19:50:00.001+00:002013-12-22T00:15:21.265+00:00Vidro azul<span style="background-color: white; color: #37404e; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">Os enfeites de lá eram guardados numa caixa diferente. Talvez por serem de vidro, tão frágeis quanto as recordações contadas por meias palavras. Quando, ao abrir a caixa, se descobriam os fragmentos de algum que tivesse partido, o meu pai dizia com um encolher de ombros resignado: Mais um. E o tempo contava-se pelo número de cacos de vidro colorido. Quando se partiu o último, que era a</span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #37404e; display: inline; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">zul, teriam passado quinze anos do retorno e o meu pai disse: Foi o último. E dentro da caixa dos enfeites de lá passou-se a guardar um presépio comprado numa qualquer rua de Algés. Nunca lhes dei importância, eram apenas enfeites de vidro pintado. Pensava eu. Hoje, inexplicavelmente, consigo lembrar-me de todos os pequenos detalhes da tinta branca sobre o vidro azul. E também dos dedos longos e excessivamente brancos da mão do meu pai pendurando-os na árvore, juntamente com as memórias de lá.</span>CNShttp://www.blogger.com/profile/17261220050244186010noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-7052332529603306473.post-74425308606177689032013-11-29T14:38:00.001+00:002013-11-29T14:52:19.983+00:00Lá fora<br style="background-color: white; color: #37404e; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;" />
<br style="background-color: white; color: #37404e; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;" />
<span style="background-color: white; color: #37404e; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">Lá fora havia um ninho. Não acordem os pássaros e eles com os pés descalços na erva orvalhada. Não acordem os pássaros, a mãe sentada lá fora onde moravam agora os pretéritos e tudo o que nunca fora. Lá fora ainda eram cinco e a mãe. Ainda eram crianças e o mundo era demasiado grande para caber nos olhos. Era o aconchego, o princípio de tudo, que tantas vezes é apenas a primeira página d</span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #37404e; display: inline; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">e qualquer coisa. Lá fora ficaram as histórias contadas na voz morna que ainda pingava no soalho de dentro. Que o luto se faz por entre a angústia das paredes. Que umas vezes são pedra, outras vezes são apenas um retalho baço de memória. Havia um ninho, o cheiro da mãe, que não tinha perfume mas sim palavras, a música que cessou depois dos sete palmos. Restara apenas uma porta para lá fora, onde, dizem, se desenhou a primeira palavra da história: mãe.<br /><br />Texto inserido na exposição <a href="https://www.facebook.com/bolota.ceramicas.5?fref=ts"><span style="color: #3b5998;"><span style="cursor: pointer;">Bolota, 1/4 adiante</span></span> </a><br />(A partir de 30 Novembro a 26 de Janeiro no Museu da Cerâmica das Caldas da Rainha)</span><br />
<span style="color: #37404e; font-family: lucida grande, tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: x-small;"><span style="line-height: 18px;"><br /></span></span>
<span style="color: #37404e; font-family: lucida grande, tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: x-small;"><span style="line-height: 18px;"><br /></span></span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #37404e; display: inline; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;"></span>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #37404e; display: inline; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcmxiq6hSo9U1QzogY_8r0rVRo_S7IjPDLo0HY6lz3M_e_iG1CP_jBcJ95_cwBUPrULHR9vDkngBdRrHWO88vl_365uRplRMO36w_KBQ4TWrRrzvEZtYJNbvJNLTLam7kUjGVQWFJmy3s/s1600/convite.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcmxiq6hSo9U1QzogY_8r0rVRo_S7IjPDLo0HY6lz3M_e_iG1CP_jBcJ95_cwBUPrULHR9vDkngBdRrHWO88vl_365uRplRMO36w_KBQ4TWrRrzvEZtYJNbvJNLTLam7kUjGVQWFJmy3s/s320/convite.png" width="269" /></a></span></div>
CNShttp://www.blogger.com/profile/17261220050244186010noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7052332529603306473.post-82775509034524440252013-09-30T14:40:00.002+01:002013-10-01T19:25:59.247+01:00Aguaceiro<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Hoje não trago uma história de letras. Nada que se conte em
seis, dez ou vinte linhas. Só uma cesta de pêras madura esquecida num canto da
cozinha. Só uma vontade de emudecer as mãos, porque os dias de chuva são assim,
voltados para dentro. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: x-large;">Mousse de pêra William</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: x-large;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSbAM8SqfuJD_4mwjYAZ9WuhxmqCdeczMOLEHB5xbH70k6eP8Hv8z5zpbOa0nszrg2ch8w2x1Rye6QySjQ-6kgGF3uFwjZseHZEgE3Yy_Od6zJRDNYi6S80Bn9fr1NuMS-BUAQhtzbPqM/s1600/moussepera.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSbAM8SqfuJD_4mwjYAZ9WuhxmqCdeczMOLEHB5xbH70k6eP8Hv8z5zpbOa0nszrg2ch8w2x1Rye6QySjQ-6kgGF3uFwjZseHZEgE3Yy_Od6zJRDNYi6S80Bn9fr1NuMS-BUAQhtzbPqM/s640/moussepera.jpg" width="480" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: x-large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
4 pêras William bem maduras</div>
<div class="MsoNormal">
2 colheres de sopa de açúcar</div>
<div class="MsoNormal">
250 g de queijo creme</div>
<div class="MsoNormal">
3 claras em castelo + 3 colheres de sopa de açúcar</div>
<div class="MsoNormal">
Sumo de meio limão</div>
<div class="MsoNormal">
3 folhas de gelatina</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Descasque as pêras e corte-as em cubos. Leve-as num tachinho
a lume brando, juntamente com o açúcar e
o sumo do limão até estarem bem cozidas. Depois passe-as pela varinha mágica
até obter um puré bem fino.</div>
<div class="MsoNormal">
Leve as folhas de gelatina, previamente demolhadas em água
fria, durante 15 segundo ao microondas juntamente com 2 colheres de sopa de
água. Junte esta mistura ao puré de pêra e deixe arrefecer um pouco. Depois junte o queijo creme.</div>
<div class="MsoNormal">
Bata as claras com o açúcar até obter um merengue espeço e
envolva-o com a mistura anterior. Leve ao frio durante 2 a 3 horas.</div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
CNShttp://www.blogger.com/profile/17261220050244186010noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-7052332529603306473.post-40518456604785853942013-09-22T17:34:00.000+01:002018-01-04T21:32:11.998+00:00Equinócio<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Setembro tem um tempo oblíquo e liquefeito. Dizem que se
encurtam os dias. Talvez só se encurtem as janelas, aquelas que cerramos só por
hábito, que o medo é um deles. Setembro
cheira a maçãs, a colheitas tardias, dizem, a mim ficam-me nas mãos os aromas
dos retalhos,essas memórias que se
desfiam e alinhavam com as vozes dos tempos quentes. E depois esperamos,
esperamos sempre, os dias de inverno, que por serem noites longas, aprendemos a
temer</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-size: x-large;">Maçãs com merengue ( para 4)</span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-size: x-large;"><br /></span></b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjl8rM4QzZhvGBje8WBZ7KBr29Dtz0NBHcQ0k4nv8nG6F4TK8Y8LBhUbTQxR9EG9dPHKkDimgUJPZmD6GxcWZhQrmWcjwT8zb_04AKFUMwCcaoBsJWsOgnRfcxYHQ5hhhy_HoslZf2lXLw/s1600/DSCN3552.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjl8rM4QzZhvGBje8WBZ7KBr29Dtz0NBHcQ0k4nv8nG6F4TK8Y8LBhUbTQxR9EG9dPHKkDimgUJPZmD6GxcWZhQrmWcjwT8zb_04AKFUMwCcaoBsJWsOgnRfcxYHQ5hhhy_HoslZf2lXLw/s640/DSCN3552.JPG" width="480" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-size: x-large;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
4 maçãs reinetas</div>
<div class="MsoNormal">
1 colher de sopa de manteiga<br />
1 colher de sopa de açúcar</div>
<div class="MsoNormal">
2 colheres de sopa de brandy</div>
<div class="MsoNormal">
3 claras</div>
<div class="MsoNormal">
6 colheres de sopa de açúcar</div>
<div class="MsoNormal">
Sumo de limão</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Descasque e descaroce as maçãs. Corte-as em cubos. Leve a
manteiga com o açúcar ao lume até caramelizar ligeiramente. Junte a maçã e
regue com o brandy. Deixe cozinhar até as maçãs ficarem amolecidas.</div>
<div class="MsoNormal">
Bata as claras em castelo e junte as 6 colheres de sopa de açúcar e as gotas de
sumo de limão. Bata até obter um merengue bem firme.</div>
<div class="MsoNormal">
Deite maçã em taças que possam ir ao forno e cubra com o
merengue. Leve a forno pré-aquecido a
150º durante cerca de 30 minutos.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
CNShttp://www.blogger.com/profile/17261220050244186010noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-7052332529603306473.post-66755576871382504672013-09-19T19:13:00.003+01:002013-09-19T19:16:25.640+01:00Escrever o Outono<br />
Em forma de história, que também pode ser um poema ou apenas um olhar cheio páginas em branco.<br />
<br />
<a href="https://www.facebook.com/dreamatcolab?ref=hl"> Mais informações aqui</a><br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjMEOpnf7mPr4F-VEgxX1xBCqa_qjRcvA7oPYD_2_Qi0kRf3JSamMZWe2-5HyIQPKxiT5wrILI58M3R3BdjeOEXZJEUO4X3wRte4Dscm7AYhU-DXlXujT0tSz_JWDR7ndIQoLhxjNC9hZQ/s1600/flyer_escrita.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="304" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjMEOpnf7mPr4F-VEgxX1xBCqa_qjRcvA7oPYD_2_Qi0kRf3JSamMZWe2-5HyIQPKxiT5wrILI58M3R3BdjeOEXZJEUO4X3wRte4Dscm7AYhU-DXlXujT0tSz_JWDR7ndIQoLhxjNC9hZQ/s640/flyer_escrita.png" width="640" /></a></div>
<br />CNShttp://www.blogger.com/profile/17261220050244186010noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7052332529603306473.post-67963996344460530662013-09-11T08:40:00.001+01:002013-09-11T08:40:52.603+01:00Tipo Inglês<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px;">
<span style="font-family: "Century Gothic","sans-serif";">Todos pensavam saber o porquê da promessa. Se é um santo António em tamanho de gente é porque procura alguma coisa que perdeu ou que ainda não achou. Noiva não seria, porque passara há muito a idade casar, só se fosse um caso de amor serôdio. Talvez dinheiro, que é coisa que todos procuram. Não, diziam as velhas da igreja, devia ser a cura para alguma doença dos pulmões, que desde criança tivera um ar enfezado, e não há melhor achado que uma saúde da boa. Os homens da tasca, esses criam que fora um animal perdido da fazenda, talvez um boi ou um cavalo velho. Fosse o que fosse, José Inácio, depois de largar as broas na igreja, fechava-se no seu quarto onde mandara pôr uma salamandra, na esperança que a lenha de oliveira lhe aliviasse a dor nos ossos que o consumia desde criança. Abria a janela que dava para lá fora, ficava dois ou três instantes a suspirar pela canja que a mãe lhe fazia quando com as dores não se conseguia levantar da cama e depois retomava a sua empreitada. Mas para que queres tu um santo desse tamanho, José Inácio? E o Santo a crescer com o Menino ao colo. Não há promessa, </span><span style="font-family: 'Century Gothic', sans-serif;">para Deus Nosso Senhor,</span><span style="font-family: 'Century Gothic', sans-serif;"> que tenha de durar tanto, José Inácio. E ele a lembrar-se dos sapatos de atacador que perdera, aqueles que a mãe lhe oferecera quando o começara a ensinar a dançar. Não lhe bastara perder a mãe e tivera também que perder os sapatos. Mas faltava pouco, só os caracóis do menino e depois o responso dito baixinho, para os encontrar. É doença nos pulmões, com certeza, repetiam as velhas, e ele a ver-se a fazer bonito nas festas de Junho, a encontrar os passos todos certinhos enfiados nos seus sapatos de atacador, picotados no peito do pé.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px;">
<span style="font-family: 'Century Gothic', sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24px;">
<span style="font-family: 'Century Gothic', sans-serif;"><i>Texto integrante da exposição Bolota 1/4 adiante.</i></span></div>
CNShttp://www.blogger.com/profile/17261220050244186010noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7052332529603306473.post-23291836071296364782013-09-04T13:21:00.001+01:002013-09-04T13:21:17.554+01:00Dois anos<br />
É sabido que o tempo passa depressa. Um impermanência da qual guardamos apenas retalhos a que chamamos memórias.<br />
As memórias destes dois anos de porta aberta, tenho-as alinhavado numa longa manta de retalhos a que chamo estórias de ler e comer. Que só ficam completas com os vosso olhar. Olhos de ver.<br />
O meu obrigada por estes dois anos. Bem hajam.<br />
<br />
<br />
<span style="font-size: x-large;">Brownies para quem gosta realmente de chocolate</span><br />
<span style="font-size: x-large;"><br /></span>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOqWRcc3WBotc79juKVT8EMOV_eaN43Ow3B9MmOQNoR_kayw1j667iSD6iBxaaawVQGyIjvcYp0ICNDCnIV7edhb_KcmHAZAKPwxSHkqp5Cv2BVXaYL3RhNa0ikQ2XPgAjdmR_yMyI1s4/s1600/2+anos.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOqWRcc3WBotc79juKVT8EMOV_eaN43Ow3B9MmOQNoR_kayw1j667iSD6iBxaaawVQGyIjvcYp0ICNDCnIV7edhb_KcmHAZAKPwxSHkqp5Cv2BVXaYL3RhNa0ikQ2XPgAjdmR_yMyI1s4/s640/2+anos.jpg" width="480" /></a></div>
<span style="font-size: x-large;"><br /></span>
<br />
475g de chocolate em barra<br />
300g de açúcar<br />
250 g de manteiga sem sal<br />
25 g de cacau em pó<br />
5 ovos<br />
150 g de farinha<br />
2 colheres de chá de essência de baunilha<br />
pitada de sal fino<br />
<br />
Derreta o chocolate com a manteiga em banho maria. Reserve. Bata os ovos com o açúcar. Junte o cacau, o sal e a baunilha a esta mistura. Junte o chocolate derretido. Envolva a farinha cuidadosamente. Leve a forno pré-aquecido a 180º durante 30 minutos, num tabuleiro quadrado forrado com papel vegetal<br />
<br />
sugestão: sirva com framboesas.<br />
<br />CNShttp://www.blogger.com/profile/17261220050244186010noreply@blogger.com17tag:blogger.com,1999:blog-7052332529603306473.post-74986984358772605792013-08-31T19:37:00.003+01:002013-08-31T19:39:22.144+01:00Regresso<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="line-height: 18px;">Regressávamos sempre, mesmo quando partíamos cedo para lá chegar antes do almoço. Da janela do carro via a</span><span style="line-height: 115%;">s árvores que corriam atrás de nós, pingando o fim de tarde nas folhas,
porque o regresso, nas memórias, se faz sempre ao fim da tarde. E no silêncio interrompido por aquela amargura sem palavras, a que chamavam saudade de lá, aprendi a não
perguntar muita coisa porque o que não se sabe também não se esquece.</span></span><br />
<span style="font-family: "Century Gothic","sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;"></span>CNShttp://www.blogger.com/profile/17261220050244186010noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7052332529603306473.post-70439745189961345772013-08-19T19:29:00.001+01:002013-08-19T19:29:22.092+01:00Maresia<span style="background-color: white; color: #37404e; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">Há dias que são apenas manhãs. Há manhãs onde correm todos os anos dos pretéritos. Há sempre uma neblina que cheira a mar e um café quente por entre as mãos unidimensionais do presente. E um tempo que somos nós de olhos postos numa janela.</span>CNShttp://www.blogger.com/profile/17261220050244186010noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7052332529603306473.post-61128828917091995142013-08-02T15:19:00.001+01:002013-08-02T15:21:21.307+01:00Olhos nas pontas dos dedos<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Ninguém
se lembrava realmente como ela era. Nem da idade, nem do nome, pois uns
chamavam-lhe Maria, Mariazinha, outros Zé, apenas, mas nunca o verdadeiro, o de
baptismo, Maria José. O rosto esbatia-se nos traços das caras dos outros.
Ninguém se lembrava de parecenças maternas ou paternas, se era feia ou bonita. Saiu
de cá há tanto tempo, diziam. E por isso falavam, como falavam de tudo o que
lhes causava estranheza, como a queda de um raio no telhado da igreja, ou a chegada
de um estrangeiro à terra. Falavam do que não se recordavam dela, pois só Cecília
se lembrava, não por ser a mais velha dos irmãos, mas por ver com os olhos de
dentro, que os dela não tinham nem cor, nem memória. E era ela, quem todas as
primeiras sextas-feiras do mês esperava o toque da campainha do carteiro, que
chegava numa bicicleta velha de correias a chiarem. Tens mais uma carta para
ti, Cecília. Das do estrangeiro, vê-se pelo selo. Ela sorria-lhe à voz,
agradecia e ficava no alpendre até o chiar das correias esmorecer na curva da
terra batida. Depois, com as pontas dos dedos raspando as paredes das escadas, subia
até ao quarto mais alto, e ali ficava de envelope entre as mãos. Não precisava
de o abrir para saber o que dizia, dentro daquele quadrado de papel moravam os
seus olhos para o mundo. Vinham saudades do tempo em que ainda eram pequenas.
Diz-me que cara fez aquela mulher, pedia-lhe Cecília, quando brincavam na Praça.
Maria José fazia-lhe uma careta e passava-lhe a ponta dos dedos pelo rosto, uma
cara assim, e Cecília ria-se, são estranhas as caras dos outros. Antes de
guardar a carta da gaveta de cima da cómoda, passava de novo com as pontas dos
dedos sobre o envelope, e dizia, este ano que passou deixou-te mais uma ruga no
rosto, Maria José.<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">( texto integrante da exposição, Bolota 1/4 adiante)</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b><i>A Confeitaria vai de férias. Reabre no voltar do mês. Até lá!</i></b></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b><i><br /></i></b></span>
<span style="font-family: "Century Gothic","sans-serif";"><br /></span></div>
CNShttp://www.blogger.com/profile/17261220050244186010noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7052332529603306473.post-62796533527427497592013-07-30T18:05:00.000+01:002013-07-30T18:16:10.338+01:00Janela<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">Não há nada mais humano do que a escolha. Mas esta só existe se conhecermos o maior conjunto possível de opções. Sem as conhecer só nos resta imitar comportamentos. Porque é suposto, porque todos os outros fizeram o mesmo, porque quem nos educa diz que é o mais certo, o melhor para nós. Mas será? Seremos assim tão iguais?</span><br />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">“Apresenta o Dream Lab”, pediram-me, e eu, uma mãe que já foi filha de pais que apenas quiseram o melhor, aquele melhor igual a todos os outros, pensei, como se apresenta um projecto, que também é um sitio, que apenas é uma janela? Porque é disso que se trata. Será isso que irá acontecer : uma janela de escolhas. Fora do tradicional, se acreditarmos que a tradição é apenas a repetição do passado, e que crê acima de tudo que só conseguimos, nós, os nossos filhos, ser bons a fazer aquilo que gostamos.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">E é apenas isto que aqui trazemos: uma janela onde nos iremos debruçar para percursos de vida que a dada altura inflectiram no comum, no normal, e descobriram um caminho profissional de sucesso, ainda que alternativo. Vamos ver para além da fotografia, construir uma história de banda desenhada, ilustrar emoções, ser por umas horas verdadeiros meninos da rádio. Saber o que move o olhar de um jornalista e as mãos de um designer.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">É isto que irá acontecer num laboratório de sonhos, neste fim de Verão, num tubo de ensaio que tem o tamanho que a vontade quiser. Porque, aos quinze somos iguais ao que somos aos cinquenta um: apenas um produto das nossas escolhas.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;">O <a href="https://www.facebook.com/dreamatcolab">Dream Lab</a> é um projecto que mais do que meu, sou eu. Aos que são agora adolescentes ou pais de adolescentes, digo:<a href="https://www.facebook.com/dreamatcolab"> espreitem esta janela.</a> O mais certo é encontrarem-se do outro lado da rua.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgC7ceHa2WlrWJX5CqPyJBn-xh7Uutvp2HEyeFyMcHZwim-3T0w9rcXKMoOtcZq63srf1SyzgJN_6zP8sVWR5obE89JMV1XSNZIEbmAGzk99xqg7cWL4Uzy-jdM5q3MXcyygsggpaAX_Vk/s1600/dream+lab+(2).png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgC7ceHa2WlrWJX5CqPyJBn-xh7Uutvp2HEyeFyMcHZwim-3T0w9rcXKMoOtcZq63srf1SyzgJN_6zP8sVWR5obE89JMV1XSNZIEbmAGzk99xqg7cWL4Uzy-jdM5q3MXcyygsggpaAX_Vk/s320/dream+lab+(2).png" width="320" /></a></div>
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 17px;"><br /></span>CNShttp://www.blogger.com/profile/17261220050244186010noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-7052332529603306473.post-9229812998761752392013-07-23T17:08:00.001+01:002013-07-23T17:11:24.066+01:00Surdez<br />
<br />
<br />
Há uma surdez particular que se confunde com falta de humildade. A mim parece-me sempre um sintoma de medo. Que tresanda na pele daqueles que se levam muito a sério.CNShttp://www.blogger.com/profile/17261220050244186010noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7052332529603306473.post-1127025052996225072013-07-19T18:48:00.001+01:002013-07-19T18:49:59.241+01:00Amélia<br />
<br />
<br />
Quando percebeu, tinham passado trinta anos lá fora. Todos sabiam menos ele. Que continuava a afastar os cortinados do seu primeiro andar com os dedos, sempre que ouvia na rua um Citroen dois cavalos. Era azul, e ela usava uma boina branca. Buzinava e subia todas as segundas feiras quando voltava do conservatório. Quando percebeu que tinham passado trinta anos lá fora decidiu que nunca mais seria segunda feira. E na manhã de terça lembrou-se que nunca tinha chegado a beijá-la.CNShttp://www.blogger.com/profile/17261220050244186010noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7052332529603306473.post-39239999879347625272013-07-17T07:45:00.001+01:002013-07-17T13:59:12.884+01:00Dos amores e dos detalhes<div class="MsoNormal">
Ela costumava contar histórias de amor enquanto mexia o tacho das compotas. Encostava-se ao fogão e começava . Nunca pelo o principio, porque quem se apaixona nunca se lembra bem do antes. Eram histórias de amor bizarras, pois nunca tinham finais felizes. Nem trágicos. Eram histórias povoadas de pessoas normais. Isso não são histórias de amor, diziam-lhe. As verdadeiras têm amores contrariados, declarados em frases com dois ou mais adjectivos e beijos finais debaixo de aguaceiros de verão. As dela debitavam amores possíveis de meia idade, cheios de rugas e flacidez. Onde os beijos se davam entre o amarelo do tabaco e a lixivia mal disfarçada pelo cheiro a glicerina. As metáforas e os versos, esses encontrava-os no desalento dos dias ou no repetir das horas. Isso não são verdadeiras histórias de amor, diziam-lhe, são de desencanto. E ela respondia, mexendo sempre o tacho das compotas, só se desencanta quem nunca encontrou um amor nos detalhes .</div>
<div class="MsoNormal">
<br />
<br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: x-large;">Compota de alperce e cravinho</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguBKOht39VXcR1OqrmQYYIZT-XVu1J7pgvq85XpuFu4wkYnXwKBQchY65izOa9uRC6b3cS2Wfh8SQJFW08WpK00pLr4mcZG0aarGHI8Ng86gnNsOBH1WeVOegsc23xHpmBL4FBarFLueI/s1600/DSCN2627.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguBKOht39VXcR1OqrmQYYIZT-XVu1J7pgvq85XpuFu4wkYnXwKBQchY65izOa9uRC6b3cS2Wfh8SQJFW08WpK00pLr4mcZG0aarGHI8Ng86gnNsOBH1WeVOegsc23xHpmBL4FBarFLueI/s640/DSCN2627.JPG" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: x-large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
1kg de alperces</div>
<div class="MsoNormal">
350 g de açúcar</div>
<div class="MsoNormal">
6 cravinhos</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
Deite os alperces cortados em pedaços e o açúcar numa taça e deixe a macerar de um dia para o outro. Depois leve a lume brando juntamente com os cravinhos até fazer ponto (tirando um pouco de compota para um prato frio esta deverá manter-se separada depois de passar com uma colh</div>
CNShttp://www.blogger.com/profile/17261220050244186010noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-7052332529603306473.post-77405764491051591072013-07-09T14:39:00.002+01:002013-07-09T14:44:43.174+01:00Viagem no tempo<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
Somos todos os tempos verbais sem qualquer linearidade.
Trazemos em nós um presente que se engole num acorde, num cheiro ou noutra qualquer memória primária sem registo ou idioma . São hiatos no tempo que permanecem em nós, contrariando o
compasso binário dos relógios lá fora.</div>
CNShttp://www.blogger.com/profile/17261220050244186010noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7052332529603306473.post-66772678586623442302013-07-07T15:23:00.004+01:002013-07-09T13:05:25.846+01:00António José<div style="font-family: Georgia; font-size: 15px; line-height: 24px; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px;">
<span style="background-color: white;">Vejo-a de novo no cemitério. Corta meticulosamente os pés dos cravos brancos para que fiquem todos do mesmo tamanho. São sempre brancos, mesmo quando não são cravos. Guarda a tesoura de costura dentro da mala coçada nos cantos, tira um trapo feito de lençóis velhos e limpa a fotografia a preto e branco logo ao lado do nome em letras douradas. Depois com uma vassoura pequena varre toda a poeira e restos de folhas secas da laje. E fica ali um pouco, de mãos cruzadas no ventre, mexendo os lábios. Uma reza muda. Guarda a vassoura e olha para foto, suspirando sem lágrimas. Levanta o queixo e olha em volta. O coveiro afasta-se empurrando o carrinho de mão, que chia ao longo do carreiro calcetado. Já vai longe. Suspira de novo enquanto afasta as mãos para ancas. Cospe para a foto e sorri triunfante. Com o trapo limpa de novo o vidro da fotografia. Vá. Agora bate-me se conseguires. E solta um risinho nervoso enquanto ajeita uma madeixa que se soltou do carrapito oleoso.</span></div>
<div style="font-family: Georgia; font-size: 15px; line-height: 24px; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px;">
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; color: white;">.</span></div>
<div style="font-family: Georgia; font-size: 15px; line-height: 24px; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px;">
<i>Deserto do Mundo, 2010</i></div>
<div style="font-family: Georgia; font-size: 15px; line-height: 24px; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px;">
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; color: white;"><br /></span></div>
CNShttp://www.blogger.com/profile/17261220050244186010noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7052332529603306473.post-8261060042607570192013-07-05T13:09:00.001+01:002013-07-05T13:09:29.134+01:00Urgência<br />
<br />
Somos um país onde se desvaloriza o tempo. Ficamos pelas três dimensões suspensos na indecisão. E esperamos, esperamos, sem perceber que para mudar é preciso escolher. A tempo.CNShttp://www.blogger.com/profile/17261220050244186010noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7052332529603306473.post-37455858076727152013-07-04T11:55:00.000+01:002013-07-04T11:55:04.543+01:00Ouro de Viana<br /><span style="background-color: white; color: #37404e; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">Quando noivou, a madrinha que era de Cardielos, deu-lhe um par de arrecadas, uma soga e três moedas de ouro furadas. Que já não te acode a tua mãe, tenho eu de olhar por de ti, merecias melhor com esses olhos azuis de gente de porte, mas o rapaz é trabalhador, pelo menos tem as mãos limpas de terra, que não é vergonha nenhuma, mas a gente sabe que é melhor assim. Guardou-as, às arre</span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #37404e; display: inline; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">cadas, à soga e às três moedas furadas, numa caixa de madeira de cheiro, que o noivo lhe mandou do Brasil, prometendo-lhe que casavam no verão seguinte, que era sempre o seguinte. E por isso quando já os verões se deixaram de contar numa só mão, começou a derreter o ouro na vela, a mesma com que pedia à Senhora que ele voltasse. Com o ouro mando fazer as nossas alianças, escreveu-lhe sem nunca ter resposta. A soga vendeu-a, só este cordão dava- lhe cinco anéis, disse-lhe o ourives, um por cada ano de espera, que depressa se multiplicaram pelas três moedas. Tenho de cuidar de ti, que não te acode a tua mãe, uma arrecada sobre a vela, as cartas que iam sem volta, outra arrecada, os olhos azuis a morrerem na espera, uma moeda, a mãe lá fora a chamá-la quando ainda era pequena, duas, e antes da terceira moeda, a irmã de quem ninguém conhecia a cor dos olhos entrou no quarto, e debruçando-se sobre ela, sussurrou-lhe, cheiras a flores de vestido de boda. Limpou-lhe a lágrima que nunca caía, pegou na última moeda ainda presa na ponta de uma fita, pendurou-lha no pescoço e disse-lhe, não vale o azul dos teus olhos, algo tão sem cor como é a espera.</span><br />
<span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #37404e; display: inline; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;"><br /></span>
<span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #37404e; display: inline; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;"><br /></span>
<span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #37404e; display: inline; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;"><i>Hoje a estória é só de ler. Uma estória escrita para exposição<b><a href="https://www.facebook.com/pages/Bolota-14-adiante/539771606075357?fref=ts"> Bolota 1/4 adiante</a></b> que tentou contar com palavras o contributo da joalheira <a href="https://www.facebook.com/liliana.alves.jewelry.design?fref=ts"><b>Liliana Alves.</b></a></i></span>CNShttp://www.blogger.com/profile/17261220050244186010noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-7052332529603306473.post-26491611087886783682013-07-03T13:19:00.001+01:002013-07-03T13:19:20.364+01:00Palavras na montra da confeitaria.<br />
<br />
A porta da Confeitaria está de novo aberta. Com estórias de ler e de comer, que agora nem sempre virão aos pares, pois o cansaço veste-se muitas vezes de presságio de mudança. E agora, esta confeitaria de palavras que se querem de açúcar por vezes só vos trará a imagem da vossa leitura. Porque para mim, a palavra virá sempre primeiro.<br />
<br />
Aos leitores resistentes, obrigada. As portas estão abertas. A mudança também.CNShttp://www.blogger.com/profile/17261220050244186010noreply@blogger.com5