Não sabemos parar. As imagens em movimento param-nos o
pensamento e por isso colamos o rosto no vidro da vida, vendo-a suceder em
fotogramas que se arrastam nos olhos. Num banco de trás de um carro conduzido
por um destino qualquer, sem rosto, porque tem de ser. Queres chá? Há uma mesa que se põe nos últimos dias de uma casa. Fico a ver o vapor
encaracolar-se numa ideia qualquer enquanto esfarelo o miolo do scone com os
dedos. Há uma casa que se esvazia do seu vazio de molduras e passado. Sem
açúcar, por favor. A colher gira no liquido âmbar da chávena ao ritmo dos olhos
que escorrem no pretérito das paredes brancas. Não inflectimos, porque o destino é um recta sem funções quadráticas. Olha que arrefece. A vida curva-se no linear do que devia ter
sido. Lá fora o ar enche-se de uma cor de chumbo. Amanhã já deve abrir, a chávena esquece-se em
cima da mesa. Os recomeços têm sempre um principio frio.
Scones de maçã e
nozes
1 ovo
100ml natas
75 ml sumo maçã
300g de farinha sem fermento
2 colheres de sopa de açúcar
3 colheres de chá de fermento + 2 colheres de chá de cremor tártaro
¼ de colher de chá de sal
100g de manteiga sem sal
1 chávena de nozes picadas
1 chávena de maçã seca
Misture os ingredientes secos: farinha, açúcar, fermento,
cremor tártaro e sal. Junte a manteiga e esfarele-a com as pontas dos dedos. Misture
os líquidos ( ovo, natas, sumo de maçã) e junte-os à mistura anterior. Trabalhe pouco a massa,
apenas o suficiente para unir os ingredientes. Depois junte as nozes e maçã e
envolva na massa. Estenda a massa e dobre-a em quatro e estenda-a de nove.
Corte com um cortador redondo e leve ao forno pré-aquecido a 180º até ficarem
dourados.
Esta foi mais uma participação nas Dories às Sextas