Ao fundo da sala havia uma janela de portadas de madeira
branca, com vista sobre os outros terceiros andares. Havia um móvel escuro
cheio de prateleiras vazias de livros, onde habitavam molduras que construíam a
história de uma família a nitrato de prata.
Naquela sala aconteciam apenas três dias na semana. Nos dois primeiros, vinha a empregada que fazia a limpeza. Abria a
janela deixando entrar o ruido da luz da manhã. Cheira a bolos, dizia enquanto
espreitava as pessoas que saiam da pastelaria em frente. Quando era nova comia muitos, cheio de chantilly. E deixava a cidade escorrer no soalho velho
enquanto levava o balde para o outro
lado da casa. No último dia, dessas
semanas longas de apenas três dias, vinha o filho. Abria a janela para deixar
entrar as memórias de infância e deixar sair o cheiro bafiento do tempo parado.
Cheira a bolos. E a chocolate, talvez, dizia.
Lá em baixo as pessoas regressavam da missa, debaixo do repicar dos
sinos. Não lhe cheira a bolos, mãe? Ela sentada num canto solarengo da sala
desde o princípio dos dias, dizia que não, com a mão trémula e engelhada. Ele
juntava-lhe as pernas manchadas e fracas, pegava-a ao colo e trazia até à
varanda. Faz-lhe bem apanhar ar. Ela franzia as pálpebras grossas e punha a mão
em pala enquanto respirava o ar que pingava na folhagem dos plátanos. E agora? Já lhe cheira a bolos? Ela sorria acenando com a cabeça. Comia um.
Mas só depois da missa.
Sanduíches de chantilly e morangos
125 g de farinha com fermento
100g de chocolate em barra
150 g de açúcar
4 ovos inteiros
80g de manteiga sem sal
3 colheres de sopa de cacau
1 pacote de natas frescas
2 claras
4 colheres de sopa de açucar
Raspa de laranja
250 g morangos
Derreta o chocolate com a manteiga. Bata os ovos com o
açucar e adicione o chocolate derretido. Deite a farinha e o cacau e envolva
cuidadosamente. Leve ao forno, pré aquecido a 180º até que espetando um palito
este saia seco. Deixe arrefecer complcatamente. Bata as claras em castelo e
junte açucar. Bata até ficarem firmes. Bata as natas e junte a mistura de
merengue e a raspa de laranja. Corte os marangos e pedaços pequenos e misture.
Leve ao frio.
Com um cortador de bolachas, corte rodelas do bolo e recheie
com chantilly
5 comentários:
Que sanduíches tão gulosas!
A solidão e a pobreza doem... mesmo com o cheiro a bolos!
Hummmmm adoro sanduíches :P
Que maravilha!!!!
bela e doce memória.
beijinhos Cristina
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